quarta-feira, junho 10, 2020

Travessia

Infinito céu onde meus olhos se perdem, o que vejo é o horizonte? O que vejo é o limiar de mundos ? Tento ver além, tento imaginar ir além, mas me limito no que apenas vejo? 

Por medo de sua imensidão me seguro nos limites dos meus olhos? Talvez... Por impulso vazante de um fogo incontrolável que se mistura com meu ar, eu vôo? Talvez...


Me abro ao mistério dos meus desejos, revisitando os limites: fragmentos borrados, morfologias prontas, exaustos de conceitos
Perdeu o sentido, perdeu as formas, não há mais razão para manter tudo do jeito que já conheço...


Agora sim, liberto para r-e-c-r-i-a-r ! 

Acolho o caos, a bagunça, movo a água estagnada no mergulho profundo, me coloco de ponta-cabeça, ressignifico as palavras, danço as incertezas das ondas sem esquecer das estrelas do mar [aquelas do meu mar de menina]

Nessa travessia, descubro a coragem de me indagar sem respostas, de sentir sem culpa, de me entregar a um processo lento de cura

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