terça-feira, abril 28, 2020

Estrelas que morrem e brilham

infinito céu da nossa existência
olho para as existentes estrelas, o que vejo?
passados brilhantes? futuros indecifráveis?
o presente que sou, olha o alumiar da noite sem as respostas do tempo...

da minha janela, descubro outros mundos de outras janelas
fragmentos instantes de vida se apresentam diante de mim...
que vidas são essas? o que fazem? o que desejam?
quais são seus medos? será que viram as estrelas assim como eu vi nessa noite? estão inquietos assim como estou agora?

queria um sinal de reciprocidade...
dessa loucura compartilhada de não me sentir sozinha na multidão
és o desafio! me contentar com a inquietude não recíproca?

passos dias a olhar para o céu
tentando decifrar os sinais da próxima jornada

não sei o que sou, além do que construí com meu trabalho e nas minhas relações
sem isso, me perco em mim
para me renovar, preciso me desconstruir

por ora, tenho vontade de deixar ir
a incerteza do amor que não mais convém a reciprocidade que nos uniu...
isso me abala, me desconcerta no tempo, me devora a presença

o que sou com você, ainda existe?
ou o que vejo é apenas o alumiar de uma estrela morta?