Eu tinha 6 anos.
Gostava de olhar para minha sombra, passando a mão nas cercas de metal branco, caminhando sem olhar pra frente. Só, acompanhando meus passos, sombras.
Gostava de vê aquele sobrado de cor azul do último degrau do jardim, o céu azul de domingo fazia sombra, no sobrado de cerca branca.
Sentimento ingênuo de criança! Brincando no viveiro de passarinhos.
Eu brincava de me esconder com o silêncio dos quartos. Nos pensamentos de descoberta a "caça ao tesouro". Fazia zigue-zague entre a mesa da cozinha e a escada circular, de piso vermelho de bolinhas brancas.
Eu lembro de deitar na escada para contar as bolinhas brancas. Não lembro de ter chegado a um resultado.
A escada levava a biblioteca. A biblioteca das cadeiras de balançar em madeira, estantes em madeira, cheias de livros velhos com páginas amarelas, da mesinha em madeira com a cadeira de palha, da maquina de escrever cinza. Da vitrola tocando Edith bem baixinho.
E de Seu Manoel.
Ele sempre estava naquela mesma cadeira de balançar todos os domingos. Talvez todos os dia.
Gostava de olhar para minha sombra, passando a mão nas cercas de metal branco, caminhando sem olhar pra frente. Só, acompanhando meus passos, sombras.
Gostava de vê aquele sobrado de cor azul do último degrau do jardim, o céu azul de domingo fazia sombra, no sobrado de cerca branca.
Sentimento ingênuo de criança! Brincando no viveiro de passarinhos.
Eu brincava de me esconder com o silêncio dos quartos. Nos pensamentos de descoberta a "caça ao tesouro". Fazia zigue-zague entre a mesa da cozinha e a escada circular, de piso vermelho de bolinhas brancas.
Eu lembro de deitar na escada para contar as bolinhas brancas. Não lembro de ter chegado a um resultado.
A escada levava a biblioteca. A biblioteca das cadeiras de balançar em madeira, estantes em madeira, cheias de livros velhos com páginas amarelas, da mesinha em madeira com a cadeira de palha, da maquina de escrever cinza. Da vitrola tocando Edith bem baixinho.
E de Seu Manoel.
Ele sempre estava naquela mesma cadeira de balançar todos os domingos. Talvez todos os dia.
Ele trocava o disco e voltava para cadeira. Falando baixo, quase consigo.
E eu ficava sentada, na outra cadeira de balanço. Olhando ele trocar os discos, voltar para cadeira e esperar pelo que não volta.
Dava para ouvir o badalar das horas...
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