terça-feira, outubro 28, 2008

Álvaro de Campos


"...Fiz de mim o que não soube. E o que podia fazer de mim não o fiz. O dominó que vesti era errado. Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me. Quando quis tirar a máscara,Estava pegada à cara. Quando a tirei e me vi ao espelho,Já tinha envelhecido. Estava bêbado, já não sabia vestir o dominó que não tinha tirado. Deitei fora a máscara e dormi no vestiário. Como um cão tolerado pela gerênciaPor ser inofensivo. E vou escrever esta história para provar que sou sublime..."

Allen Ginsberg



“América eu te dei tudo e agora não sou nada/ América dois dólares vinte e sete centavos 17 de janeiro de 1956/ América não aguënto mais minha própria mente/ América quando acabaremos com a guerra humana? Vá se foder com sua bomba atômica/ Não estou legal não me encha o saco/ Não escreverei meu poema enquanto não me sentir legal/ América quando é que você será angelical?/ Quando você tirará sua roupa?/ Quando você se olhará através do túmulo? Quando você merecerá seu milhão de trotskistas? América por que suas bibliotecas estão cheias de lágrimas: América quando você mandará seus ovos para a Índia/ Eu estou cheio de suas exigências malucas”.

segunda-feira, outubro 27, 2008

Caleidoscópio

Não quero escrever. Só quero expressar o meu dia. Marcar uma página sem dizer absolutamente nada, mas com data, dia e hora, servindo só pra nostalgia.
Hoje é o meu dia! Com data, dia e hora, sem senso real ou bem comum. O surreal é vê o que acredita. Fazer de segredo, sagrado como sonho bom. Que não se conta, esperando acordar.

sexta-feira, outubro 24, 2008

" Mas ambos estavam comprometidos. Ele, com sua natureza aprisionada. Ela, com sua infância impossível". "
Caio F. abreu

domingo, outubro 19, 2008

Semáfaro Fonético

- Tirastes as palavras da minha boca!

O tiro raspou minha cabeça sem deixar marcas! Gostei de ter visto a velocidade que foi...
Talvez seja a única lembrança que resta.

Que loucura falar que nada se encaixa?

Não ter certeza das vozes de amanhã.

Vivendo de pedrinha em pedrinha.
Pulando os caminhos de drummond com sapatinhos de boneca.

A vida não vale nada, se você não tem uma boa história pra contar.

quinta-feira, outubro 16, 2008

Jorge ben, colo de vó, abraço de mãe, conversa com primo, filme sem pipoca, Natalie Portman, email, mais Jorge Ben, o beijo, o sapato, uma boa noite de sono e zefini pra todos.

Balão mágico

É muito bom acordar e da de cara com um céu azul, com nuvens brancas, um sol a pino ás 7 horas da manhã, para compensar um dia nublado.
Ir para o trabalho e brincar com fliperama, pebolim, PS2 até meus dedos doerem. Minha criança ficou feliz, e fez bico quando acabou.
Minha criança queria continuar.... Brincar na grama, desenhar nas nuvens, falar porquês, distribuir abraços e beijos ingênuos, sorrir à toa. Os adultos não permitiram.
Tornei-me mímico. Os adultos só sabem imaginar!
Por tanto, cresci

quarta-feira, outubro 15, 2008

Como você está?

...

quinta-feira, outubro 09, 2008

Falando de amor

Se eu pudesse por um dia
Esse amor essa alegria
Eu te juro te daria
Se pudesse esse amor todo dia.

Se soubesses
Como eu gosto
Do teu cheiro teu jeito de flor
Não negavas um beijinho
A quem anda perdido de amor.

Chora flauta
Chora pinho
Chora eu o teu cantor
Chora manso bem baixinho
Nesse choro falando de amor.

Quando passas
Tão bonita
Nessa rua banhada de sol
Minha alma segue aflita
E eu me esqueço até do futebol.

Vem depressa, vem sem medo
Foi pra ti meu coração
Que eu guardei esse segredo
Escondido num choro-canção
Lá no fundo do meu coração.

R. Braga

"Ah, talvez valesse a pena dizer que houve um telefonema que não pôde haver; entretanto, é possível que não adiantasse nada. Para que explicações? Esqueçamos as pequenas coisas mortificantes; o silêncio torna tudo menos penoso; lembremos apenas as coisas douradas e digamos apenas a pequena palavra: adeus.
A pequena palavra que se alonga como um canto de cigarra perdido numa tarde de domingo."
R. Braga

quarta-feira, outubro 08, 2008

Semáfaro Fonético

Ontem Seu Pedro foi gentil com nossos pedidos!
Foi um dia de céu nublado, chuva e brisa.
E assim, feliz!

terça-feira, outubro 07, 2008

Nuvens brancas

Eu tinha 6 anos.

Gostava de olhar para minha sombra, passando a mão nas cercas de metal branco, caminhando sem olhar pra frente. Só, acompanhando meus passos, sombras.

Gostava de vê aquele sobrado de cor azul do último degrau do jardim, o céu azul de domingo fazia sombra, no sobrado de cerca branca.

Sentimento ingênuo de criança! Brincando no viveiro de passarinhos.

Eu brincava de me esconder com o silêncio dos quartos. Nos pensamentos de descoberta a "caça ao tesouro". Fazia zigue-zague entre a mesa da cozinha e a escada circular, de piso vermelho de bolinhas brancas.

Eu lembro de deitar na escada para contar as bolinhas brancas. Não lembro de ter chegado a um resultado.

A escada levava a biblioteca. A biblioteca das cadeiras de balançar em madeira, estantes em madeira, cheias de livros velhos com páginas amarelas, da mesinha em madeira com a cadeira de palha, da maquina de escrever cinza. Da vitrola tocando Edith bem baixinho.

E de Seu Manoel.

Ele sempre estava naquela mesma cadeira de balançar todos os domingos. Talvez todos os dia.

Ele trocava o disco e voltava para cadeira. Falando baixo, quase consigo.

E eu ficava sentada, na outra cadeira de balanço. Olhando ele trocar os discos, voltar para cadeira e esperar pelo que não volta.

Dava para ouvir o badalar das horas...


domingo, outubro 05, 2008

Control

Palavras interrompidas.
Sentimento cuspido, pisado pela cinza imunda.
Transparente, intenso, distinto, silencioso.
Isso não se fala, Ian Curtis!
Epilepsia fingida? Suicida sem causa!
Cala essa boca, Ian Curtis!
E vê se dorme, pois hoje, já é amanhã.

quinta-feira, outubro 02, 2008

S. de Beauvoir











Que nada nos defina.






Que nada nos sujeite.






Que a liberdade seja a nossa própria substância.